segunda-feira, 16 de junho de 2014

Atingiu-me. Eram 05h30 da manhã e subitamente atingiu-me. Ouvimos isto tantas tantas vezes durante toda a vida e não percebemos. Fazer os outros felizes. Essa deve ser a nossa prioridade.
Mas não. Andamos sempre embrenhados nos nossos problemas, na nossa falta de tempo, nas coisas que deixamos de poder fazer que nos esquecemos dessa coisa tão simples. Não perguntes o que é que os que amas podem fazer por ti, pergunta o que é que tu podes fazer pelos que amas.
A vida às vezes parece-me um tubo de aspirador, em que tudo é sugado e entra em espiral, sem conseguirmos controlar nada. Como se a tranquilidade e a paz há muito tivessem desaparecido e não pudéssemos fazer absolutamente nada para a recuperar.
Mas há. Afinal é isso. Fazer os outros felizes. Aqueles que amamos. Aqueles que ainda temos a felicidade de nos amarem. Porquê viver imaginando tudo o que os outros poderiam fazer para nos trazerem felicidade? Afinal, nós não queremos é que eles estejam felizes? Não é no fundo isso que nos faz felizes?
Com as pessoas que decidiram partilhar - muito ou apenas um pouco - da sua vida connosco, temos uma grande responsabilidade. Vida só há uma, e se eles decidem partilhar connosco uma parte... então temos a responsabilidade de a tornar o mais feliz possível. Nesses momentos temos que os fazer sentir bem consigo próprios, temos afinal de contas que os amar.
Foi esta madrugada que isto me atingiu. Graças ao mosquito que me considerou boa fonte de alimentação, me picou e zumbiu aos ouvidos. Foi por causa dele que, mesmo de olhos fechados, abri o coração. Realmente. Não é só uma daquelas frases, "abri o coração". Foi mesmo a sério.
Cada um de nós devia ter o seu mosquito. Mas para muitos de nós, fica uma grande dúvida... terá chegado tarde demais?