segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Quando nos atinge

O stress é hoje uma coisa tão falada e assumida no nosso dia a dia, que acho que foi transformada em doença crónica, daquelas com que pura e simplesmente se vive. Como uma verruga nas costas ou um pêlo encravado. Uma espécie de constipação mental que vem de repente e passa sem fazermos nada de especial. Hoje em dia, até já parece mal queixarmo-nos do stress do trabalho. Soa a conversa de antigo funcionalismo público, é só para nos lamentarmos e fazermos os outros pensar que temos muito que fazer.
Pois sim. Até ao dia em que começa a reflectir-se fisicamente. A falta de ar, a bola no peito, as dores de cabeça, as dores no peito, a falta de sono, a dificuldade em respirar... e por aí fora. E dizem-nos “Ansiedade. Tome um ansiolítico. E tranquilize-se.” Ah pois é, muito fácil de falar quando logo a seguir voltamos ao lugar que justamente provocou tudo isso.
Somos sempre os maiores, estas doenças de século XXI não nos afectam, são apenas aproveitadas e agigantadas pelos que não querem fazer nenhum. Até ao dia em que, subitamente, somos nós que não conseguimos respirar.
O stress existe. Era só isso que eu queria salientar.

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