segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

2 em 1

É uma maravilha quando colegas de trabalho se transformam em amigos. A socialização é como as ruas de Nova Iorque, está-se bem melhor se se pertencer a um gang, mesmo que este só tenha 2 ou 3 elementos. Sozinhos somos um poste espetado no meio do deserto, fácil de ver e ainda mais fácil de atingir.
O mundo não foi feito para individuais, e no trabalho não é diferente. Por isso dou graças a Deus pelos meus dois gangs, um intra-departamental e um inter-departamental. Bem sei que nada é perfeito, que são as circunstâncias que unem os elementos, e que até dentro de um gang há sub-gangs. Mas enquanto houver gang, não há poste. E valha-nos isso.

Mas se a coisa neste sentido é uma maravilha, já uma maravilha não é no sentido inverso. Naquele em que um amigo se torna num colega de trabalho. Não sei o que é, mas tenho uma teoria. Existe à partida um à vontade em que uma relação profissional não pode basear-se. Podemos dizer tudo, podemos fazer tudo (ou em alguns casos não fazer nada). Porque a malta conhece-se, e estamos “à vontade”. Dá-me a sensação que uma relação profissional precisa do politicamente correcto, para não crescer torta. Precisa que não se diga logo tudo o que se pensa. Precisa do bom aspecto de quem não se conhece bem. Dos panos quentes, da paciência, da lentidão. Se não, é uma bola de neve pela encosta abaixo. Leva tudo à frente e acaba estatelada.

Quando tinha 16 anos achava que não devia haver nada melhor, trabalhar com amigos. Ponha-se-lhe o dobro da idade em cima, e percebe-se a subtil diferença. Bom mesmo é fazer amizade com colegas. É a diferença entre o sucesso e o desastre anunciado. Entre um gang dono das ruas e um gang que se mata antes sequer de lá pôr os pés.

2 Comments:

  • Estamos de regresso á produção de textos...e isso só por si já é bom. E eu, a que gang pertenço que deixei de saber?

    By Blogger Firehawk, at 12:39 da manhã  

  • Keep up the good work » »

    By Anonymous Anónimo, at 12:55 da tarde  

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