quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Um monstro chamado Estação de Brincar



É uma felicidade só acreditarmos em monstros quando somos pequenos. Seja os debaixo da cama, dentro do armário, no escuro ou no telhado, quando crescemos percebemos que não é uma questão de acreditar, que há mesmo monstros, mas que eles caminham entre nós, à primeira iguaizinhos a nós, e que nunca vamos conseguir livrar-nos deles, porque eles vão sempre ter os seus agentes inflitrados, quer seja no local de trabalho ou no seio familiar, na estrada para casa, no autocarro ou na repartição pública.
Azar, claro, para os que, como eu, nunca cresceram. Porque mesmo crescidinhos, além dos já mencionados, há sempre mais um monstrinho ou outro que continua a saber o nosso nome e morada, e que faz o seu regresso quando menos esperamos.
O meu monstrinho chamava-se Consola de Jogos. Há muitos muitos anos, era eu uma adolescente, cheguei a ter uma Sega Saturn e joguei o Tomb Raider 1 orgulhosamente até ao final! Má escolha, porque a Saturn evaporou-se do mercado e eu fiquei de mãos a abanar. Nestes anos todos, passei muitas vezes uns olhos sonhadores pelas placas dos preços da PlayStation1, da XBox, da PlayStaton2... Mas os valores, também eles, eram monstruosos e afugentaram-me para longe.
Eis senão quando, este Natal, entro na Worten e vejo a Estação de Brincar2 a 119 Euros. A vantagem de pertencer ao Clube dos Que Nunca Cresceram é que não tenho que esperar para ter filhos, para depois lhes pôr no sapatinho as prendas que secretamente desejo para mim. E foi assim que se me veio parar ao meu nº 39 a maravilhosa PlayStation2.
Ingénua, sem saber o que se avizinhava, sentei-me a jogar o FIFA07. Foi só preciso carregar o botão de “On” para perceber que tinha levado um monstro para casa. Começou pelo facto de que aquilo não traz cartão de memória, pelo que esquece tudo o que fazemos. Obrigatório ir à loja comprar um (e é tão barato...). Mas o espírito, agora enebriado, começa a aperceber-se de que o céu não tem limites. E rapidamente dou por mim a passear pelas prateleiras de jogos das lojas, sedenta de novas experiências. Num ápice entram lá em casa o Star Wars e o Tom Raider – Angel of Darkness: monstrinhos filhos do monstro-mãe. E sinto que os próximos monstrinhos já estão em gestação.
Não há nada fazer. Uma vez abertas as portas a esta família de monstros, reprodutiva como coelhos, comedores de tempo e dinheiro, não há voltar atrás. Estamos apanhados.
Pá, mas que é bués fixe, lá isso é!

2 Comments:

  • bués não sei se é porque não sei o que quer dizer. mas é fixe sim senhor :)

    By Anonymous Anónimo, at 10:41 da tarde  

  • Ok, está decidido....tens que ir para uma clínica de desintoxicação. Só tenhoq ue descobrir onde é que se desintoxicam os tardados dos jogos...deixa cá ver as páginas amarelas...

    By Blogger Firehawk, at 3:50 da tarde  

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