quinta-feira, 26 de abril de 2007

Provérbios

Esta é outra coisa que o tempo faz questão de nos provar. Que os provérbios têm quase sempre razão. Essa coisa chamada “sabedoria popular” vem a ganhar um significado muito claro, quando as palavras, os ditos que ouvimos desde pequenos começam subitamente a fazer sentido. Mesmo aqueles que nos irritam, porque achamos que connosco nunca vai ser assim.
“Longe da vista, longe do coração.” Eu sempre achei que comigo não!, eu nunca vou deixar de sentir a falta dos que amo, mesmo que estejam longe de mim, seja amigo, amor, parente, o que for.
Hoje entra inesperadamente pela porta dentro alguém para me provar o contrário. Eu não via o Miguel já nem sei há quantos anos. Mantivemos contacto, umas vezes mais permanente, outras mais esporádico, outras vezes absolutamente nenhum. Não me lembro de em algum momento ter-me sentado a olhar para o céu, a pensar “que falta me faz o Miguel”, “que saudades que não me aguento”. Pois no momento em que ele entra pela porta e damos um abraço, fui inundada pela sensação física de “fogo, que saudades que eu tinha do Miguel. Temos que voltar a falar mais vezes”.
Pois.
Há uma teoria fantástica para explicar o fenómeno, e que não nos apresenta como uns monstros frios, individualistas e de memória curta. É a mente que nos apaga o sentimento, ou pelo menos o esbate, para conseguirmos lidar mais facilmente com a dor da ausência do outro. Ou não. Ou simplesmente outras pessoas tomam o lugar da que se afastou. Ou acabamos realmente por esquecer quem não aparece.
Em todo o caso, alguma coisa deve ter cá ficado, porque despertou assim que vi o Miguel e foi suficiente para ficar mais alegre o resto do dia. Pode desaparecer outra vez já amanhã. Mas até lá… bolas, tinha mesmo saudades do Miguel!

1 Comments:

  • também conheço a sensação do reencontro... é maravilhoso quando voltamos a ver quem tanto significou para nós.

    By Anonymous Anónimo, at 3:03 da tarde  

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