Chávenas brancas
Por trás do balcão do bar estava um monte delas. E subitamente abriu-se um vortex temporal que me sugou para os pequenos-almoços dos hotéis em Veneza, em Barcelona, em Viena, em Roma, em Praga, em Londres, em Madrid... e os cheiros dos croissants e da manteiga, e do café com leite e do chocolate quente. Dentro de chávenas brancas. E daí lá para fora, para as cidades cheias de sol, cheias de novidade, cheias de lugares novos, cheias de gente diferente. E daí para aqueles dias em que se abrem as portas do hotel e lá fora está o mundo todo, e podemos escolher o caminho que nos apetecer, e o destino que nos apetecer. E os dias quentes em que nos deixamos ficar debaixo das árvores. E os outros dias em que agarramos cada segundo, e vamos a todo o lado, e chegamos ao fim do dia de rastos, mas ansiosos por outro dia igual!
As chávenas brancas raptaram-me para longe das obrigações, longe da rotina, longe dos dias repetidos, longe daquilo de que não posso fugir. Depois a voz da senhora do bar perguntou-me “o que é que vai ser?” e estilhaçou as chávenas brancas.
Felizmente, as nossas chávenas brancas não se partem. E acredito que algures lá fora há sempre mais uma para a nossa colecção.
As chávenas brancas raptaram-me para longe das obrigações, longe da rotina, longe dos dias repetidos, longe daquilo de que não posso fugir. Depois a voz da senhora do bar perguntou-me “o que é que vai ser?” e estilhaçou as chávenas brancas.
Felizmente, as nossas chávenas brancas não se partem. E acredito que algures lá fora há sempre mais uma para a nossa colecção.
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