segunda-feira, 19 de junho de 2006

E Figo falou

Nesta altura, navegar nos canais de televisão portugueses é ficar encurralado em Figos e Scolaris, debates de alto rigor científico-futebolístico, Merches e Ronaldos, resumos alargados de jogos, Decos e Pauletas, análises de olho clínico a cada passe de cada jogador, muitos replays dos poucos golos, e variadíssimos momentos criativos de portugueses a tentar responder a perguntas idiotas para as quais não há resposta inteligente possível.

Mas no meio disto tudo, escapava-me aqui uma lição importante do Futebol. Uma lição que finalmente apanhei quando Figo falou. Encurralada que estava, deixei ficar, sem muita atenção, na RTP, onde uma entrevista pré-Mundial saltitava entre Figo a conduzir e Figo no relvado. Quase tudo estava a ser apenas ruído de fundo, mas eis senão quando algumas palavras falaram alto e claro, me bateram nos ouvidos e encaixaram no cérebro. “Tento criar um bom ambiente.

Esse. Esse é o nosso grande mal. Sempre direccionados para tudo o que está mal, sempre concentrados nas falhas dos outros, sempre focados unicamente em nós, sempre determinados a criticar. Lucas tinha razão. Poderoso é o lado negro! Tão mais fácil ficar no escuro do que ir à procura do interruptor.

Faça ele ou não aquilo que prega, o Figo tem razão. É preciso funcionar em equipa. E para isso, todos os dias cada um tem que tentar criar um bom ambiente. E não há área da nossa vida em que isto não se aplique.