Salto de Fé
Já lá vão uns anos, vi pela primeira vez o filme “Indiana Jones e a Última Cruzada”. Ficou-me aquela imagem dele, ao aceitar um dos maiores desafios para alcançar o Santo Graal. O Salto de Fé. À beira do precipício, Indy deu um passo no vazio, crente de que haveria solo para o receber. E quando deu aquele passo, o caminho revelou-se à sua frente. Na total ausência de qualquer educação religiosa e no conforto de quem tem idade para achar que o futuro será tudo o que quiser, não fiz daquilo qualquer interpretação. Há dias, tanto tempo depois, veio-me à memória aquela cena. Afinal, parece que há um momento na vida em que também nós temos que escolher dar ou não o Salto de Fé.
Não se vive para sempre. Se calhar é por isso que este é um salto tão difícil. Mas também devia ser a falta de tempo que nos faria saltar. Há gente neste mundo que salta. E continua a dar o salto sempre. Crente num solo invisível que os vai segurar. Mas a maioria não. A maioria alcança uma plataforma minimamente confortável e deixa-se ficar quietinho, sem fazer ondas, sem estremecer a estrutura, sem sequer se pôr em bicos dos pés. Não quer saber o que está para a frente, para cima, para os lados. E muito menos o que pode estar ainda dentro de si. Prefere nunca mais pensar nisso. Ou prefere obrigar-se a aceitar que nunca saberá. Ou a convencer-se de que ali é tudo o que lhe é permitido. Porque saltar é um risco, e pode cair-se numa plataforma ainda mais abaixo. Ou morrer na queda.
O meu corpo sente impulsos cada vez mais fortes, cada vez mais frequentes, para saltar. A ideia assalta-me o pensamento. Mas prendo-me ao chão. Porque aqui neste lugar estou segura, tenho o essencial. Será ganância, querer saltar para a plataforma que vislumbro à minha frente? Para os lugares que imagino mas não sei se existirão para mim? Ou pelo contrário só viverei realmente se der este salto de Fé? Afinal, descubro que a Fé em nós mesmos é a mais difícil de todas. E eu vejo-me sem coragem para saltar, não sei se acredite que haverá um chão invisível por baixo dos meus pés.
Ainda não sei porque razão existo, ainda não sei se fui feita para saltar, se fui feita para ficar aqui quietinha. Só vou saber se saltar. E a vontade é tão grande. É tão grande o desejo de me colocar o desafio. E de o aceitar!
O medo acaba por ser sempre a base de tudo. Ou o não acontecer de tudo. Se eu não vivo para sempre, por que raio ter medo? Porque raio não quebrar com tudo, deixar os receios para trás e agarrar as possibilidades de viver? Porquê acreditar que se cai no vazio? Porquê ser mais um sem Fé. Em si mesmo.
Não se vive para sempre. Se calhar é por isso que este é um salto tão difícil. Mas também devia ser a falta de tempo que nos faria saltar. Há gente neste mundo que salta. E continua a dar o salto sempre. Crente num solo invisível que os vai segurar. Mas a maioria não. A maioria alcança uma plataforma minimamente confortável e deixa-se ficar quietinho, sem fazer ondas, sem estremecer a estrutura, sem sequer se pôr em bicos dos pés. Não quer saber o que está para a frente, para cima, para os lados. E muito menos o que pode estar ainda dentro de si. Prefere nunca mais pensar nisso. Ou prefere obrigar-se a aceitar que nunca saberá. Ou a convencer-se de que ali é tudo o que lhe é permitido. Porque saltar é um risco, e pode cair-se numa plataforma ainda mais abaixo. Ou morrer na queda.
O meu corpo sente impulsos cada vez mais fortes, cada vez mais frequentes, para saltar. A ideia assalta-me o pensamento. Mas prendo-me ao chão. Porque aqui neste lugar estou segura, tenho o essencial. Será ganância, querer saltar para a plataforma que vislumbro à minha frente? Para os lugares que imagino mas não sei se existirão para mim? Ou pelo contrário só viverei realmente se der este salto de Fé? Afinal, descubro que a Fé em nós mesmos é a mais difícil de todas. E eu vejo-me sem coragem para saltar, não sei se acredite que haverá um chão invisível por baixo dos meus pés.
Ainda não sei porque razão existo, ainda não sei se fui feita para saltar, se fui feita para ficar aqui quietinha. Só vou saber se saltar. E a vontade é tão grande. É tão grande o desejo de me colocar o desafio. E de o aceitar!
O medo acaba por ser sempre a base de tudo. Ou o não acontecer de tudo. Se eu não vivo para sempre, por que raio ter medo? Porque raio não quebrar com tudo, deixar os receios para trás e agarrar as possibilidades de viver? Porquê acreditar que se cai no vazio? Porquê ser mais um sem Fé. Em si mesmo.
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