Bolo em barriga
Foi tudo assim de repente. Estava eu a chorar no primeiro dia de escola, no dia seguinte éramos colegiais de amores platónicos, no outro éramos universitárias com planos de carreira, e de repente zás!, começamos a ser as nossas mães. Já não somos as sobrinhas tão crescidas, somos as tias. Já não somos as afilhadas queridas, somos as madrinhas. Já somos nós a responder às perguntas difíceis, e a escolher as prendas de Natal. Sempre soube que a vida era um ciclo, mas só vi essa realidade quando à minha volta, as amigas, as colegas de escola, as mulheres a iniciar carreira, começaram todas a chegar ao mesmo tempo à mesma condição. O bolo em barriga.
Será que saiu alguma nota estatal a declarar que era agora? Alguma comunicação de serviço do Instituto de Nascimentos Mundiais? E o meu correio extraviou-se? De repente começaram a aparecer como cogumelos. As Patrícias, os Tomás, as Carolinas, os Pedros, as Filipas, as Mónicas e as Madalenas...! Ufff!!! As conversas começaram a versar sobre dores de costas, cores de roupas, nomes, dores nas mamas, ecografias, hospitais, dores de pernas, idas à casa-de-banho, noites sem dormir, pontapés, sorrisos, palavras, leite materno congelado, creches... Ufff!! As raparigas fizeram-se mulheres e agora fazem-se mães. E é... absolutamente extraordinário!
No meio disto tudo estou eu, a fazer perguntas, a tirar notas mentais, a querer saber à partida o que é impossível saber antes de por lá passar. Com a sensação de estar em alguma realidade alternativa, em que toda a gente já cresceu menos eu. Balançando-me entre uma incrível alegria por elas, uma ponta de inveja delas, e um receio de passar pelo mesmo que elas.
Ah, mas quando olho para trás, ainda vejo algumas sentadas na plateia, a assistir a este filme. Umas à espera de coragem, outras à espera de dinheiro, outras à espera de homem. O curioso é que estão todas à espera. Isto do bolo em barriga é coisa que se adia, se nega, se aguarda, se anseia ou se planeia lá mais para longe, mas raramente se elimina voluntariamente do percurso. O ciclo, é verdade, é para todas. E o relógio de alarme dos fornos está a tocar. Está na hora de fazer o mundo mais doce. Àquelas que o estão a fazer, toda a alegria do mundo. Quanto a mim, vamos lá ver se um dia terei coragem para aprender pastelaria!
Será que saiu alguma nota estatal a declarar que era agora? Alguma comunicação de serviço do Instituto de Nascimentos Mundiais? E o meu correio extraviou-se? De repente começaram a aparecer como cogumelos. As Patrícias, os Tomás, as Carolinas, os Pedros, as Filipas, as Mónicas e as Madalenas...! Ufff!!! As conversas começaram a versar sobre dores de costas, cores de roupas, nomes, dores nas mamas, ecografias, hospitais, dores de pernas, idas à casa-de-banho, noites sem dormir, pontapés, sorrisos, palavras, leite materno congelado, creches... Ufff!! As raparigas fizeram-se mulheres e agora fazem-se mães. E é... absolutamente extraordinário!
No meio disto tudo estou eu, a fazer perguntas, a tirar notas mentais, a querer saber à partida o que é impossível saber antes de por lá passar. Com a sensação de estar em alguma realidade alternativa, em que toda a gente já cresceu menos eu. Balançando-me entre uma incrível alegria por elas, uma ponta de inveja delas, e um receio de passar pelo mesmo que elas.
Ah, mas quando olho para trás, ainda vejo algumas sentadas na plateia, a assistir a este filme. Umas à espera de coragem, outras à espera de dinheiro, outras à espera de homem. O curioso é que estão todas à espera. Isto do bolo em barriga é coisa que se adia, se nega, se aguarda, se anseia ou se planeia lá mais para longe, mas raramente se elimina voluntariamente do percurso. O ciclo, é verdade, é para todas. E o relógio de alarme dos fornos está a tocar. Está na hora de fazer o mundo mais doce. Àquelas que o estão a fazer, toda a alegria do mundo. Quanto a mim, vamos lá ver se um dia terei coragem para aprender pastelaria!
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