terça-feira, 25 de maio de 2004


Há dias assim. Em que o tempo parece ter ficado parado ali atrás, e nós não podemos continuar enquanto ele não nos alcançar. É como se tivéssemos chegado ao cimo de um monte, e ansiosos por nos deixarmos rolar no balanço, temos que parar ali, e manter o equilíbrio até que o tempo nos acompanhe.
E hoje é assim. Se o relógio à minha frente não fosse digital, diria conseguir ouvir o tic-tac do passar dos segundos, devagar, um de vez em quando, sem compasso, sem ritmo. E eu desejo ardentemente que passem estas horas lentas, para chegar àquelas horas velozes, às horas em que a vida de facto acontece, em que eu posso fazer dela o que quiser e não aquilo a que a rotina me obriga. Mas não faz sentido, pois não? Que anseie pelo passar das horas lentas, em vez de aproveitar para vivê-las. Que culpa tenho... o tempo brinca assim com a nossa vida. O nada demora tanto a passar. E o prazer passa sempre depressa demais!