sábado, 28 de julho de 2007

Miúda para sempre

Passei pela D.Fernanda na entrada do prédio. Diz-me ela:
- Então, menina Carla, como está? - pausa de um segundo - Menina, não, agora já és Senhora Dona. Mas para mim hás-de ser sempre menina.

É lá, naquele cantinho do mundo, que nós continuamos a ser miúdos, os nossos pais nunca foram adolescentes, e vão viver para sempre. É lá que ainda ontem fomos brincar para casa uns dos outros e até nos esquecemos de jantar. É lá que os pais dos outros foram nossos pais, e os nossos foram dos outros também. É lá que o nosso estatuto de criança é vitalício, e os nossos sonhos de miúdos vivem como sempre.
Que maravilha.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Mania das pressas

A vida toda é assim. Se estamos sozinhos, é "Quando é que arranjas namorado?". Se temos namorado, "Quando é que casam?". Se casamos, "Quando é que vem o menino?". Se temos o menino, "Quando é que vem o segundo?". Sinceramente, a seguir a isto não sei o que vem, porque hoje em dia quem tem três filhos é bicho raro, e ninguém está mesmo à espera que se passe do segundo.
Em todo o caso, durante uma parte considerável da nossa vida, tudo o que fazemos parece criar sempre uma nova expectativa. E se por algum motivo não a cumprimos, isso gera uma enorme onda de desapontamento.
A vida, principalmente neste campo tão fascinante como incerto, deve ser vivida devagar, saborear lentamente cada passo, em vez de dar um a pensar no a seguir.
Porque será que tem sempre toda a gente tanta pressa?